É sabido que um bom orçamento de obra possui as características de uma cartilha. É por meio de suas previsões que o gerente de obras conduzirá a construção, visando respeitar os valores expressos no documento.
No entanto, diversos aspectos rondam a execução de um projeto e muito disso diz respeito ao controle de todas as etapas produtivas. Daí a fundamental relevância do registro de insumos na construção civil.
Não somente por servir como base para o controle e eficácia produtiva, mas também para estar em conformidade com o Livro de Controle de Produção e Estoque. Neste post, iremos avaliar um pouco mais sobre o que compreende um registro de insumos.
Por que mantê-lo atualizado? Confira no artigo do dia:
Segundo o regulamento de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadoria), em seu artigo 72, as empresas devem manter o Livro de Controle de Produção e Estoque como medida de controle. O fato da construção civil lidar com uma variedade — e quantidade — imensa de materiais, por si só, já deveria servir de atenção para empreendedores utilizarem esse controle.
Mas, desde janeiro de 2017, esse preenchimento passou a fazer parte de uma etapa digital do SPED Fiscal. Trata-se do Bloco K, a versão digital desse controle interno das empresas e que servirão de base, tanto para apurar o ICMS quanto o IPI — Imposto sobre Produto Industrializado.
A Receita Federal pretende reduzir ao máximo — ou extinguir, em um cenário mais otimista — a sonegação fiscal. Ou seja: as empresas deverão cuidar mais do registro de insumos relativos aos seus negócios.
Inclusive, erros de preenchimento e controle podem acarretar na atenção da fiscalização e, consequentemente, gerar sanções diversas, como a aplicação de multas. Para isso, avaliamos abaixo como é segmentado o Bloco K, para que você entenda como aplicar o registro de insumos corretamente.
Para entender o básico do Bloco K, começaremos entendendo a sua composição, que é segmentada em 9 tipos de registros. Entre eles:
K001 — Abertura do Bloco K: Usado sempre para a indicação de que existem novos registros no bloco.
K100 — Período de Apuração do ICMS/IPI: Serve para o usuário destacar o período em que foi apurado o ICMS ou IPI.
K200 — Estoque Escriturado: Conforme o que foi informado no item anterior, aqui o usuário deve preencher o estoque final.
K220 — outras Movimentações Internas Entre Mercadorias: Neste item do bloco K, o usuário apontará algumas movimentações ocorridas internamente, com base nos seguintes tipos de mercadorias:
Para revenda;
Matéria-Prima;
Embalagem;
Produtos em Processo;
Produto Acabado;
Subproduto;
Inclusive, essa segmentação ajuda a obter um controle de custos muito mais efetivo ao longo da execução de cada projeto realizado.
K230 — Itens Produzidos: Registro em que o usuário deve apontar o término de sua produção, bem como em processo. Além, também, daquele industrializado em terceiro.
K235 — Insumos Consumidos: Quanto foi consumido, usado e aplicado ao longo da obra? Este registro serve para apontar as mercadorias utilizadas durante o projeto e todas as suas etapas produtivas.
K250 (Industrialização Efetuada Por Terceiros — Itens Produzidos): Serve para informar quais produtos, especificamente, foram industrializados e efetuados por terceiros. Os detalhes aqui também são relevantes, como a sua quantidade.
K255 (Industrialização em Terceiros — Insumos Consumidos): Com base no tópico anterior, o registro tem como objetivo avaliar a quantidade exata dos insumos que foram produzidos por terceiros.
K990 — Encerramento do Bloco K: Aqui, o usuário realizará um verdadeiro fechamento do registro no bloco K, em que serão informados os registros e as respectivas linhas existentes.
Como vimos, o sexto item do registro de insumos diz respeito à quantidade de mercadoria que, ao longo do processo produtivo, foi utilizada. Vale observar que o sistema já vai apresentar os dados movimentados anteriormente dentro de um período, o que facilitará a avaliação de todos os registros realizados.
Existem motivos múltiplos para isso. O mais evidente é o controle que os órgãos passarão a ter para avaliar a produção das empresas. Consequentemente, evita-se as fraudes — como já mencionado.
Pensando no aspecto produtivo das empresas, o registro de insumos — mesmo os direcionados a terceiros — pode ajudar no planejamento mais assertivo dos projetos. Como um verdadeiro banco de dados que pode auxiliar na elaboração de orçamentos e contratos de obras.
Além disso, com o registro de insumos realizado é possível gerar mais credibilidade às empresas, bem como garantir a elas um controle eficaz de cada etapa produtiva. Afinal, eles passam a saber exatamente o quanto se possui e o quanto foi utilizado — parâmetros-chave para elaborar estratégias que reduzam custos e aumentem a produtividade.
É por isso que as empresas devem apostar no uso de um registro de insumos completo. Não se trata, apenas, de uma adequação às exigências fiscais e legais.
Para o controle interno e otimização dos processos produtivos, é uma oportunidade valiosa para desenvolver a empresa. Consequentemente, o gerente de obras ganha um aliado de peso para planejar cada procedimento a ser executado no canteiro de obras.
Agora que a relevância do registro de insumos foi explicada, bem como o procedimento básico para mantê-lo atualizado, que tal assinar a nossa newsletter? Saiba de antemão todas as nossas novidades e dicas voltadas, exclusivamente, ao setor de construção civil!